O país vive um momento de comoção. Claro, todos querem saber quem matou a menina Isabella Nardoni, de 5 anos (6 completos na sexta-feira 19). A polícia federal se esforça cada dia mais para descobrir a verdade. Provas foram apagadas, a cena do crime foi mexida, e um pai e uma madrasta se dizem inocentes do caso. A verdade está próxima de ser descoberta e já está marcada uma reconstituição, onde até o espaço aéreo será fechado. Como eu já disse, os brasileiros querem saber quem foi, como foi, porque foi. E aí está a imprensa pra nos informar, essa que passa semanas já na porta de delegacias, residencias e outros pontos atrás da notícia. Ponto pra imprensa, que não faz mais do que o seu trabalho de correr atrás da informação e até pressionar a justiça para um resultado completo. O que não pode, é essa mesma imprensa usar esse caso monstruoso de violência na guerra diária contra a audiência. Vemos um abuso nas televisões no excesso de informações e entradas ao vivo para nos contar sobre a hora que a empregada dos Nardoni foi comprar pão! Não se fala outra coisa no país, não que isso seja ruim, mas a mídia está transformando isso num dos "quem matou" de novela. Isabella Nardoni não pode se transformar numa Odete Roitman, num Salviano Lisboa e outros "célebres mortos" das novelas. Isabella era uma criança e não merece esse tipo de exposição. Enquanto isso rolam entrevista exclusivas, emissoras se acusam de falsidade nas perguntas e uma ataca a outra (inclusive ao vivo). No meio, fica o espectador, que quer logo uma conclusão para o caso. Mas esqueceram de avisar às Tv's que esse caso não é um reallity show. Há outras coisas acontecendo no país (até um terremoto passou quase desapercebido), não que Isabella não mereça atenção. Mas Isabella não merece ter a memória manchada e corrompida numa guerra de ibope. Quem matou Isabella? Não gostaria de acreditar que um pai faria isso com uma filha, mesmo que as circunstâncias me levem a crer nisso. Mas se foi, que a justiça seja feita. E parabéns à polícia, que se tem mostrado eficiente em provar que as situações foram modificadas.
Caneta Azul: Já que estamos no assunto, vai para a Polícia que investiga o caso Isabella. Eles ressaltam todo o tempo que estão baseados nas provas para indiciar o casal, e não sai apontando os erros individuais. Estão fazendo o seu trabalho com ética e coerência.
Caneta Vermelha. Para o especial "Casos e Acasos" da Globo. Não que seja de todo ruim, mas ver atores do cacife de Giovana Antonelli e Luigi Baricelli reduzido a esquetes é de doer, Sem falar da petulância da Globo de fazer o espectador querer engolir qualquer coisa. E que dancinha é aquela que eles fazem no final? Pelo amor de Deus...